na mão de deus ...desemprego
não são de alguma forma malfeitores...
têm o rosto igual ao de muita gente...
trazem no olhar a desesperança e albergam nas palavras
silêncios que vocabulário algum conseguirá traduzir...
mas... estão tristes e desesperados...
os rostos que agora nos visitam, tirando um ou outro, já não são os rostos dos " sem abrigo"...
são homens que perderam a oportunidade de trabalhar e tentam sobreviver a qualquer preço...
queixam-se que só conseguem entrevistas que não levam a lado nenhum...
estão a habituar-se à ideia de que depender de uma instituição vai ser para sempre a sua herança, como almas vivas de uma crise mundial que traçou destinos de gente honesta e que se desenvolveu pela mão de gente desonesta...
viver a qualquer preço, não era bem o que estava nos seus horizontes...
a queixa mais dolorosa é que recorrem às assistentes sociais e as entrevistas só daqui por três meses e com muita sorte...
mas todos eles dizem que só queriam trabalhar...
não estão a dormir na rua mas estão durante o dia a tentar a sua sorte...
a rua está a chamá-los para que possam viver no submundo dos que apelam à morte e à corrupção... e de dor em dor... estamos a assistir à absorção completa de seres humanos honestos que se vão ver envolvidos em histórias desonestas...
é necessário e urgente que neste momento se faça um rastreio real em termos de emprego e se criem estruturas que permita a homens e mulheres muito válidos que não têm como ocupar o seu tempo, meios de trabalho para que não desesperem de vez...